TESTEMUNHO VOCACIONAL IR. OSVALDO

TESTEMUNHO VOCACIONAL IR. OSVALDO

“E todo aquele que deixa casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras por amor de mim, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. (Mt 19,29)”.

Eu, Ir. Osvaldo, sjc, na busca de responder ao chamado do Divino Mestre, em 2001 fui fazer uma experiência vocacional na minha diocese de origem, Estância. Após o encontro vocacional, ao retornar para a minha cidade, eu e mais dois colegas vocacionados fomos conversar com o padre, e ele disse: “Só posso mandar um porque é distante, a despesa é grande para a paróquia”. No meio de nós, havia um afilhado dele, e ele escolheu o afilhado, logo, eu e outro colega não fomos mais. Diante desta realidade, fui fazer acompanhamento com os Capuchinhos, que conheci através das irmãs de Santa Maria.

Depois de dois anos sendo acompanhado, chegou um padre na minha cidade que criava muitos passarinhos, e ele pediu para que eu cuidasse dos passarinhos porque ele não tinha tempo. Quando os Capuchinhos me pediram a carta de apresentação do pároco, eu não tinha, porque ele não dava, pois pensava: “Quem vai cuidar dos meus passarinhos?”. Quando fiz 30 anos, não podia entrar no seminário Capuchinho pois já era considerado vocação tardia.

Das minhas viagens para Aracaju, conheci um frade que chamava Frei Leão, dos Missionários Franciscanos Marianos dos Filhos da Misericórdia. Eu pensei: “Vou fazer uma experiência nesta comunidade”. Mas antes, fui para a roça e encontrei, debaixo de uma árvore, uma lagartixa tentando subir. Subiu duas vezes e caiu, mas na terceira ela conseguiu chegar ao final, e eu pensei: “Eu também vou conseguir”.

Decidi ir a Simão Dias falar com Frei Leão, que hoje é nosso diácono Gilmar. Fui até Simão Dias falar com ele. Chegando na cidade e procurando a casa, encontrei apenas alguns meninos, e perguntei: “Onde está o Gilmar?” Eles disseram que ele estava fazendo retiro no povoado Mato Verde. Peguei um mototáxi e fui até lá. Encontrei o Frei Leão na capela de Nossa Senhora Aparecida. Falando com ele, ficou tudo certo para eu entrar no dia 25 de janeiro de 2005.

Nesse percurso, ele descobriu que eu tinha ficado com raiva do padre que negou a carta e pediu para eu pedir perdão. Eu fiquei pensando: “Não vou”. Falando com meu colega noviço dos Capuchinhos, ele disse que ia fazer uma promessa ao Senhor dos Passos. No primeiro dia que eu fosse para casa, eu iria andando 45 km a pé, e eu aceitei. Então, ele fez essa promessa, e eu consegui entrar. Mesmo o padre afirmando que, se eu precisasse de alguma coisa, ele não daria. No entanto, eu disse a ele que confiava na Providência. No dia 25 de janeiro à tarde, minha irmã e meu afilhado foram até Simão Dias me levar nesta comunidade. Passamos lá 10 anos.

Por sermos uma comunidade nova e estava em experiência, passamos a não ter o apoio da diocese. Fomos transferidos para a Diocese de Paulo Afonso. Depois fui transferido para Pojuca, onde cuidei de uma casa de recuperação com 25 jovens e 10 adolescentes. Passamos dois anos, construímos uma casa na comunidade São José, fazendo parte da paróquia da cidade de Adustina. Ficamos lá até que a Comunidade do Frei Leão fosse extinta.

Com a extinção da Comunidade, recebemos o convite do fundador dos Filhos da Misericórdia, para morarmos lá, em Aracaju/SE. Moramos lá e trabalhávamos em um orfanato que cuidava crianças órfãos. No entanto, essa comunidade também fechou e foi criada uma ONG. Eu não quis ficar na ONG.

Diante dessa realidade, fui conhecer os Carmelitas. Chegando lá, falando com eles, me disseram que eles não aceitavam porque não tinham como trabalhar com vocação tardia. Mandaram-me conhecer os Salesianos. Fui a Aracaju, nos Salesianos, falei com eles, e eles me disseram que não estavam mais trabalhando com vocação tardia. Me disseram: “Conhecemos uma Sociedade Joseleitos de Cristo que recebe vocações tardias. A Casa Geral é em Salvador, mas eles têm uma casa em Tucano/BA”.

Eu tinha um amigo que mexia com a internet e pedi para ele conseguir para mim o telefone do responsável dos Joseleitos. Ele conseguiu. Liguei e falei com o Padre Barbosa, que era o Superior Geral, ele me disse que estava em Tucano para o ingresso no noviciado dos postulantes. Se eu quisesse conhecer e conversar com ele, poderia ir no dia 11/01. Fui a Tucano conversar com o Padre Barbosa e já saí com a data marcada para entrar no Aspirantado em Nova Friburgo. Morei um ano em Nova Friburgo, fui para Tucano fazer o noviciado, voltei para Nova Friburgo para fazer o juniorato, depois fui morar no Ceará, na cidade do Barro, no Distrito de Iara. Agora tenho 6 anos de Profissão Perpétua, moro no Jorro, Distrito de Tucano. Hoje, aqui estou, confiando na Divina Providência e com a perseverança e persistência daquela lagartixa. Este é o meu testemunho vocacional.

Ir. Osvaldo dos Santos, sjc

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