“Ó José, tu que a Deus ensinavas teu ofício lá em Nazaré. Oh! Me ensina na tua oficina tua virtude, labor e tua fé.”
O Evangelho dá a José o título de justo (Mt 1,19), termo raríssimo e concedido a pouquíssimos personagens na Sagrada Escritura. Justamente porque equivale à palavra “santo”, que, no Antigo Testamento, é um atributo reservado somente a Deus (Eclo 7,20). Isso revela muito sobre a integridade, os valores e a santidade de vida de José. Era um homem fiel à Lei, observador dos mandamentos e preceitos da Torah. Por isso, com sua obediência a Deus, escuta a voz do anjo e não teme em aceitar Maria como esposa e assumir o Filho de Deus como seu próprio filho.
Pai amado, pai na ternura, na obediência e no acolhimento; pai com coragem criativa, trabalhador, sempre na sombra: com estas palavras, o Papa Francisco descreve São José.
Com efeito, São José expressou concretamente a sua paternidade ao ter convertido a sua vocação humana na oblação sobre-humana de si mesmo ao serviço do Messias. Por isto ele foi sempre muito amado pelo povo cristão.
Nele, “Jesus viu a ternura de Deus”, que “nos faz aceitar a nossa fraqueza”, através da qual se realiza a maior parte dos desígnios divinos. Deus, de fato, “não nos condena, mas nos acolhe, nos abraça, nos ampara e nos perdoa”. José é pai também na obediência a Deus: com o seu ‘fiat’, salva Maria e Jesus e ensina a seu Filho a “fazer a vontade do Pai”, cooperando “ao grande mistério da Redenção”.
Ao mesmo tempo, José é “pai no acolhimento”, porque “acolhe Maria sem colocar condições prévias”, um gesto importante ainda hoje – afirma Francisco – “neste mundo onde é patente a violência psicológica, verbal e física contra a mulher”. Mas o Esposo de Maria é também aquele que, confiante no Senhor, acolhe na sua vida os acontecimentos que não compreende com um protagonismo “corajoso e forte”, que deriva “da fortaleza que nos vem do Espírito Santo”.
Através de São José, é como se Deus nos repetisse: “Não tenhais medo!”, porque a fé dá significado a todos os acontecimentos, sejam eles felizes ou tristes. O acolhimento praticado pelo pai de Jesus convida-nos a receber os outros, sem exclusões, tal como são, com “uma predileção especial pelos mais frágeis.
Através da Carta apostólica “Patris corde – Com coração de Pai”, o Papa Francisco evidencia, também, “a coragem criativa” de São José, “o qual sabe transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência”. Ele enfrenta os “problemas concretos” da sua Família, exatamente como fazem as outras famílias do mundo, em especial aquelas migrantes. Protetor de Jesus e de Maria, José “não pode deixar de ser o Guardião da Igreja”, da sua maternidade e do Corpo de Cristo: todo necessitado é “o Menino” que José continua a guardar e de quem se pode aprender a “amar a Igreja e os pobres”.
Honesto carpinteiro, o Esposo de Maria nos ensina também “o valor, a dignidade e a alegria” de “comer o pão fruto do próprio trabalho”. Esta acepção do pai de Jesus oferece ao Papa a ocasião para lançar um apelo a favor do trabalho, que se tornou uma “urgente questão social” até mesmo nos países com certo nível de bem-estar.
Nossa Congregação tem por Patrono “o glorioso São José, que se dedicou com a Virgem Maria a Jesus de Nazaré. O Joseleito deve, com ele, aprender as virtudes da humildade, da simplicidade e do amor ao trabalho” (art. 5). Como joseleitos, devemos buscar “a intensa união com Deus, da humildade e simplicidade de São José” (art. 7).
Nosso Fundador, colocando São José, não só como um dos protetores das nossas Congregações, mas, também, como Patrono da Sociedade Joseleitos de Cristo, sob a invocação de São José Operário, quer lembrar aos Joseleitos o Carisma pelo qual se devem guiar. Na sua missão de operário da seara do Senhor, o Joseleito deve ser humilde, simples e desprendido dos bens terrenos, como São José o foi. Por coincidência, o Fundador dos Joseleitos foi também um ‘José’, que soube viver com intensidade admirável o carisma do seu Patrono.
Sociedade Joseleitos de Cristo
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