História

EM LINHAS GERAIS:

A Sociedade Joseleito de Cristo é uma Congregação Religiosa fundada pelo Servo de Deus, Pe. José Gumercindo Santos, aos 19 de março de 1950 em Boquim (SE), mas transferida para Tucano-BA em 1953 sendo reestruturada em 19 de março de 1958. Aí se encontra a Casa Mãe da Congregação.

Foi aprovada como Instituto de direito diocesano aos 31 de janeiro de 1985 e congrega homens no seio da Igreja, chamados a seguir Jesus Cristo casto, pobre e obediente do modo como viveu o seu ideal nosso Fundador. É um Instituto de Vida Consagrada que forma padres para Igreja.

O seu carisma é amar, com desvelo as vocações e, principalmente, as mais pobres – incluso, aqui, especialmente, os jovens – e tudo fazer pela sua realização sem esquecer o amor à pupila dos olhos de Deus, a orfandade, vivendo o lema: ação, reação e oração e, tem como emblema o Menino Jesus aprendendo a trabalhar com São José na carpintaria de Nazaré sob o olhar materno da Virgem Maria.

Os joseleitos devem se desvelar por adquirir a santificação própria numa espiritualidade centralizada no mistério da Santíssima Trindade, adorando o Pai no nosso corpo e na criação, adorando o Filho na inteligência e na razão e adorando o Espírito Santo na vontade e no coração.

O nome Joseleitos vem da junção de duas palavras “José” mais “eleitos” que significa que somos eleitos (chamados) de Deus como São José. Junta-se a este a expressão “de Cristo”, porque o Joseleito é aquele eleito de Deus para o seguimento de Jesus Cristo assumindo o jeito de São José o homem justo, do silêncio, da pureza, da humildade e da dedicação ao trabalho.

FUNDAÇÃO:
O Pe. Gumercindo recebeu um grande dom do Espírito Santo para fundar três congregações Religiosas: duas femininas e uma masculina. Quando residia na comunidade salesiana de Baturité-CE, pode-se observar que ele já acalentava um desejo, o de fundar uma Congregação para homens, pois pensava em melhor servir à Igreja formando sacerdotes.
Na cidade de Baturité, Pe. Gumercindo percebeu, à luz dos acontecimentos, que aquela era a hora de sua saída da Sociedade São Francisco de Sales. Segundo os acontecimentos, ele começava a sentir o chamado de Deus para outra missão: a de Fundador de Institutos Religiosos!”
Neste ambiente salesiano compreendeu, finalmente, que Deus estava fazendo entender assumir uma singular vocação: a missão de Fundador de Congregações.
Tal compreensão, de fundação da Congregação dos Padres Joseleitos, surgiu a partir de um sonho que lhe aconteceu ainda no Colégio Salesiano de Baturité. Nas palavras do Fundador encontramos a narração deste sonho: “Pouco antes eu tivera um sonho (…): Via uma estátua de Dom Bosco e com os candidatos admirávamos aquele colosso. De repente, surgiu uma tempestade e a estátua rolou no chão, esfalecendo-se. A nossa pena fora grande demais. Aos poucos, porém, surgiu num pedestal um Dom Bosco menor, que descia com uma batina preta e apertava a mão, uma por uma, dos meninos. Naquele instante de alegria, me acordei ainda ouvindo uma ordem que Dom Bosco me dava a respeito dos meninos.” A princípio ele não entendeu o sonho e partilhou com um irmão da comunidade que acabou espalhando para todos e, com isso, o Pe. Gumercindo sofreu com muitas indiretas e sofreu calado.
O mês de outubro de 1946 estava chegando, mês das suas transferências e obediências, findando para o Pe. Gumercindo a vida salesiana em termos de comunidade e não em termos de espiritualidade.
Assim, pode fazer uma leitura compreensiva a respeito do sonho e nas suas palavras encontramos: “Nossa Sociedade teria obras humildes, longe da megalomania das obras matadônticas, que estava acostumado a ver (…) Para isso surgiu a sociedade Joseleitos de Cristo.”
A cidade de Boquim foi o lugar santo para dar início às fundações. Nesta pequena cidade, se pode contemplar o palco de muitas dificuldades, mas também de grandes alegrias e graças. Pe. Gumercindo era um homem de firmes propósitos: tinha o coração ardoroso dos discípulos de Emaús, a fé dos mártires, o amor dos pastores, a pedagogia dos educadores e a tenda desarmada dos missionários.
Os primeiros passos da fundação masculina são narrados por ele mesmo com as palavras: “Em Boquim, depois da fundação da Sociedade Santa Teresinha, que tinha seu orfanato, onde hoje é o “Grupo escolar Pe. José Gumercindo Santos” ao lado da matriz, os futuros Joseleitos fundaram o educandário Santa Teresinha, na praça do palanque. Ali funcionou por um ano essa escola exemplar, com cinco salas, onde morei com minha mãe D. Maria Rita de Jesus e os Professores.” (cf. BARBOSA, 2010, pp. 131-144).

O DIA DA FUNDAÇÃO:
Nas palavras do Fundador encontramos:

“Uma vez convencido de que com Dom Fernando não poderia firmar meus ideais e realizá-los, parti para a preparação da fundação masculina. Já em 1947 fundara em Boquim, no Sergipe, o segundo postulantado da futura Sociedade, entre professores e alunos. Esses elementos estavam até então, firmes no ideal da fundação. Chega o dia 19 de março de 1950, Ano Santo da Redenção. Num salão do Ginásio Santa Teresinha, reuni professores e alunos, “por mim” escolhidos e firmamos com eles o pacto de tudo arrostar para a realização do ideal.
Apresentei-lhes os Estatutos internos da Sociedade e todos os presentes com alegria firmaram o seu compromisso. Naquele mesmo dia eu lhes anunciava a minha decisão de ir à Roma para obter as devidas licenças da Santa Sé, uma vez que o bispo diocesano se negava a me apoiar. Do bispo consegui apenas licença oral para ir à Roma sem dar-me documento algum. Foi feita em seguida uma lista com as assinaturas dos presentes. Ali estava a célula mãe de uma futura congregação religiosa, que deverá por certo honrar a Santa Igreja.
Firmaram-se fundadores: Pe. José Gumercindo dos Santos, Claumino Carlos Freitas, Alfredo Alves de Oliveira, José Luis de Mesquita, Manoel José Ferreira, Jucundo Gomes e Manoel Bispo da Silva.
Era o dia 19 de março de 1950. Considero-o, o dia da fundação da Sociedade Joseleitos de Cristo.” (SANTOS, 1991, p.16).
Fundada a Congregação manteve o firme propósito de ir a Roma para pedir licença em favor dos seus Institutos Religiosos, pois a fundação masculina trouxe dificuldades e incompreensões perante a Cúria Diocesana de Aracaju.
Em Roma pode manter contato com o subsecretário do Dicastério da Vida Religiosa, Mons. Larraona que tendo escutado o caso do Pe. Gumercindo sugeriu: “Como são poucas as irmãs, abra um Noviciado de caráter privado, aumente o número e pode fundar casas em outras dioceses, com permissão apenas dos novos Bispos, sem precisar de licença do atual, conservando tudo como presentemente. Com a parte masculina, independente, pode fazer o mesmo.” Este foi o dia da vitória dos Joseleitos e das Teresinhas, data magna das nossas sociedades.
O seu retorno de Roma é marcado por muitos diálogos tempestuosos com o Ordinário de Aracaju, Dom Fernando Gomes, mas os Institutos das Teresinhas e dos Joseleitos de Cristo caminhavam no silêncio da oração e do trabalho considerando o seu carisma fundante.
À luz desses diálogos a Congregação dos Joseleitos não frutificou ali, e nesse sentido era necessário que buscasse um novo “ninho”.
Depois de buscar refúgio em vários lugares, finalmente encontrou um espaço: um lugar que o acolheu até os últimos dias de sua vida terrena. Encontrou o ninho para as suas fundações na cidade de Tucano, Bahia que fazia parte da Diocese do Senhor do Bonfim. Foi nomeado Pároco da Paróquia de Senhora Sant’Ana em 06 de janeiro de 1953 permanecendo até o ano de 1987. Nas palavras do fundador encontramos: “essa foi a grande graça, que Deus me concedeu, pois encontrava um bispo amigo e compreensivo. Sempre devotarei amizade e gratidão a esse prelado, que me fez cair justamente no ambiente mais apropriado para a continuidade das fundações.” Ele falava de Dom José Alves Trindade, Bispo de Senhor do Bonfim, que o acolheu na sua Diocese e o fez Vigário de Tucano.

REESTRUTURAÇÃO 1958:

O próprio Fundador narra em Quarenta anos no deserto: “Passaram-se oito anos da fundação marcados por angústias e sofrimentos e chegamos ao dia 19 de março de 1958. Seriamente decidido a enfrentar desta vez a fundação da Sociedade Joseleitos de Cristo, com dois novos elementos, nos preparamos para a festa de São José.
Uma novena muito piedosa precedeu o dia 19 de março. Assim as 10h de 19 de março, na cidade de Tucano – Bahia, diante do altar de São José, na nossa residência, na presença de minha mãe, Maria Rita de Jesus, das Irmãs Theosete Gomes de Oliveira, Raimunda Rodrigues de Araújo, Maria Santana Bezerra e Isabel Freitas, membros da Sociedade Santa Teresinha, fiz os juramentos perpétuos na Sociedade Joseleitos de Cristo, aceitando como primeiros neófitos, Claumino Carlos de Freitas e João Antônio Nascimento. Tudo isso fizemos com a aprovação do nosso bispo, Dom Antônio Mendonça Monteiro(…)
Está assim, de pé, a Sociedade que não morrerá e que assim se levanta como uma fênix, de suas próprias cinzas.
S. Excia. D. Antônio, bispo de Bonfim e nosso pastor, fora antes avisado.
Agora, resta-nos abrir o nosso seminário, o que pretendemos fazer em fins desse ano de N. Senhora de Lourdes. Na tarde de 31 de março, benzi os cíngulos de S. José e os impus em mim e nos neófitos. Será esse o sinal interno dos Joseleitos.
Em 1º de maio de 1958, dia de São José Operário, foram feitos os Estatutos externos da Sociedade para serem publicados no Diário Oficial de Salvador.” (SANTOS, 1991, p.32).
Assim, para a reestruturação da Sociedade Joseleitos de Cristo e o Pe. Gumercindo tem em mente quatro pontos de partida: 1. A construção da Casa Mãe dos Joseleitos, isto é, o Seminário São José e a animação vocacional abrindo postulantado e noviciado para os primeiros candidatos; 2. O andamento do primeiro colégio da redondeza, isto é, o Centro Educacional Senhora das Graças, visando o sustento dos novos membros Joseleitos e a educação da juventude pobre; 3. A aprovação dos Estatutos Externos da Sociedade dos Joseleitos pelo Diário Oficial da Bahia; 4. A impressão das Constituições do Instituto Joseleitos de Cristo. (cf. BARBOSA, 2010, pp. 151).
Tudo feito terminava essa primeira frase da nossa história e assim se expressa o fundador: “findaram-se os temores de consciência do Fundador (…). A Igreja me recebe oficialmente. Tenho ideal para viver e não para ver. Crio ambiente. Prego ideias e vivo delas. E luto seguidamente pelo meu ideal…” (SANTOS, 1991, p.73).

 

Com a sua reestruturação em Tucano (1953-1958), a Sociedade recomeça com liberdade, amor e compreensão, sua marcha esperançosa.

 

“Três figuras de verdadeiros pastores do Coração de Deus: Dom José Alves Trindade, Dom Antônio Mendonça Monteiro e Dom Jackson Berenguer Prado, vigiavam de báculo, dando-me largas generosas e sumamente compreensivas. Se eles criam na Sociedade, não provo. Mas, criam na boa vontade do pobre condutor desta nova Israel em busca da Canaã de seus sonhos.” (SANTOS, 1991, p.99).

 

 

No ano de 1960 é fundado em Tucano o “Círculo Social do Mestre” (trata-se da 3ª Congregação fundada pelo Pe. Gumercindo, atualmente chamada Congregação Divino Mestre), nomeando Diretora Geral a Irmã Theosete Gomes de Oliveira. A Irmã Valdelícia passou a ser Superiora Geral da Congregação Santa Teresinha, em Sergipe, apoiada por S. Excia. Dom José Vicente Távora, de acordo com o Fundador.A Congregação vai se expandindo por diversos lugares do Brasil. Novas vocações chegam ao Seminário São José e novos membros integram a Sociedade.A 2ª fase da história da Sociedade Joseleitos de Cristo é marcada por crescimento. Nosso maior esforço era dar a todos o magistério, como sociedade educadora. (…) abrimos, porém para muitos jovens, a porta para o sacerdócio.

Esta década da história dos Joseleitos foi muito fecunda e consoladora. Doze sacerdotes ficaram firmes na Sociedade. Celebramos festivamente as Bodas de prata da fundação e tivemos a felicidade de em grupo visitar os lugares santos.
As Teresinhas também festejaram suas bodas de prata com alegria.
Quatro bispos erigiram oficialmente em suas dioceses a Pia União Sociedade Joseleitos de Cristo.
Esta década foi marcada pela morte da mãe do Fundador, D. Ritinha.

O fato mais extraordinário desta fase aconteceu em 31 de janeiro de 1985 com a Ereção Canônica da Sociedade Joseleitos de Cristo em Congregação Diocesana, feita por S. Excia., D. Aloysio José Leal Penna, com renovação da Profissão Perpétua de todos os sócios presentes.
Assim constatamos a seguir o referido decreto:

DECRETO DE EREÇÃO CANÔNICA: “NIHIL OBSTAT”
A todos os membros da Pia União dos Joseleitos de Cristo e a todos os que lerem este Decreto, saúde, paz e as bênçãos do Senhor Jesus.
Considerando que desde 1950, vem funcionando a “Sociedade Joseleitos de Cristo” com muita dedicação à causa da Igreja e à ação pastoral em nossa Diocese de Paulo Afonso e em outras Dioceses.
Considerando que o nosso venerável predecessor Dom Jackson Berenguer Prado reconheceu esta Sociedade como “Pia União Diocesana”, em Decreto de 27 de fevereiro de 1978, festa das bodas de prata do Pe. José Gumercindo Santos, Fundador e até agora Diretor Geral desta Pia União, como Vigário da cidade de Tucano, sede dos Joseleitos.
Considerando o “Nihil obstat” da Sagrada Congregação dos Religiosos e Institutos Seculares no Rescrito de 1º de junho de 1984, para a ereção canônica desta Pia União, como Congregação Diocesana.
Considerando a aspiração unânime dos membros desta Sociedade para serem reconhecidos como Congregação Diocesana, tendo sempre em vista a maior glória de Deus e o maior serviço dos irmãos e da Igreja de Cristo.
Pela autoridade a mim conferida pelo Cânon Nº 579 do novo Código de Direito Canônico ERIGIMOS no território desta Diocese, como “Congregação Diocesana” esta “Pia União de vida consagrada”, cuja denominação será a de “SOCIEDADE JOSELEITOS DE CRISTO”.
Aprovamos, por este mesmo ato canônico, as Regras e Constituições desta Congregação e determinamos que as mesmas sejam revistas e adaptadas às normas do novo “Código de Direito
Canônico” publicado pelo Santo Padre João Paulo II em 25 de janeiro de 1983. Seja dada especial atenção ao trabalho de seleção dos futuros membros desta Congregação.
Os membros sejam preparados ao sacerdócio e à profissão dos conselhos evangélicos, dentro de sua espiritualidade e finalidade, sintetizadas pelo Fundador como sendo “a difusão da doutrina cristã” e da instrução e educação em geral da juventude, especialmente dos órfãos, como ainda, a santificação do trabalho e a promoção do pobre, que aspira à vida sacerdotal, destinada principalmente à zona rural.
A formação esteja de acordo com as normas da Santa Sé e da Igreja, seja no que concerne à cultura filosófica e teológica, seja no que se refere à educação humana e à maturidade psicológica imprescindível à vocação presbiteral e religiosa.
Tenha-se especial cuidado com a “formação permanente” de todos os membros da Congregação, procurando-se adaptá-la aos sempre novos apelos da sociedade em rápido processo de transformação, da Igreja Universal e das necessidades dos povos da América Latina e do Brasil.
Os Bispos das várias Dioceses, nas quais os Joseleitos foram incardinados, assumem a correspondente responsabilidade, embora caiba ao Bispo de Paulo Afonso acompanhar a nova Congregação, para que seja organizada e seja fiel às normas do Direito Canônico e das Constituições dos Joseleitos de Cristo.
O Fundador: Pe. José Gumercindo Santos, conforme determina o Rescrito da Sagrada Congregação dos Religiosos e Institutos Seculares, de 1º de junho de 1984, deverá fazer a sua profissão perpétua ou diante de mim ou de quem eu indicar, tendo os outros membros da Congregação, de fazer a mesma profissão perpétua ou diante do Fundador ou de quem ele indicar.
Conforme o mesmo Rescrito, os bens temporais, que o Instituto possui, sejam constituídos
em forma segura e certa, segundo o direito civil.
Permaneça o Pe. José Gumercindo Santos, Fundador, e até agora Diretor Geral da Sociedade Joseleitos de Cristo, até 19 de março de 1986, quando tomará posse a nova Direção, eleita pelo Capítulo Geral, conforme as Constituições.
Dado e passado em Paulo Afonso, sob o selo de nossas Armas, aos 31 de janeiro de 1985, festa de São João Bosco, um dos padroeiros da Sociedade Joseleitos de Cristo.

+ Dom Aloysio José Leal Penna, sj
Bispo Diocesano de Paulo Afonso

Assim, os padres Joseleitos receberam a grande graça, ou seja, a de se tornarem Congregação Diocesana perante toda a Igreja. Esta aprovação trouxe entusiasmo e alegria espiritual para o padre Fundador e todos os membros da Congregação. Todo o empenho eclesial e fundacional do Pe. Gumercindo foi reconhecido.
Em 14 de março de 1986 foi realizado o I Capítulo Geral Ordinário da Congregação com a eleição do Diretor Geral e do Assistente Geral dos Joseleitos. O Pe. Gumercindo foi eleito Diretor Geral e o Pe. Claumino Carlos o Assistente Geral.

Esta fase é marcada pelas expectativas para a realização do II Capítulo Geral no ano de 1992. Mas em 10 de setembro de 1991 o Pe. Gumercindo veio a falecer conforme narrou seus últimos passos a irmã Theosete:
“No dia 15 de agosto de 1991 o Pe. José Gumercindo completou 84 anos festejado por seus filhos e filhas espirituais, amigos e ex-alunos. Nesta data ele escreveu em seu diário: “Agradeço à Mãe do Céu ter feito hoje os meus 84 anos de vida toda entregue a Ela, como escravo de Maria”.
No dia 7 de setembro, na Santa Missa celebrada pela Pátria no Seminário São José ele concluiu suas orações com o piedoso “Exercício da Boa Morte”, que sempre fazia mensalmente e do qual participaram os noviços e as religiosas de Tucano.
No dia seguinte, 8 de setembro, celebra na Igreja Matriz de Tucano em Ação de Graças pelo seu 57º aniversário de Ordenação Sacerdotal. Na homilia, recorda o dia feliz em que se fez ministro de Deus, com mais três companheiros. Deixa então em seu diário sua última frase escrita: “Mil graças a Deus que me fez sacerdote do Altíssimo há 57 anos”.
No dia 09 de setembro celebra na capela das Irmãs, no “Instituto Pe. Gumercindo” e logo após viaja com elas para Feira de Santana, conforme combinara anteriormente para revisar o seu 5º livro que estava no prelo. À tarde, já em Feira de Santana, vai com as irmãs à tipografia da “Sagra” e revisa alguns capítulos de “Quarenta Anos no Deserto”, verdadeiro testamento espiritual deixado para seus filhos e filhas.
No dia 10 de setembro, ainda em Feira, às 6h30, celebra a Missa na Capelinha das Irmãs e durante o dia, lê, conversa com elas e brinca com as crianças do “Educandário”, intercalando momentos de oração. Ao meio-dia atende um telefonema dos joseleitos reunidos em São Paulo e consultado sobre a oportunidade de uma reunião, responde: “Não só aprovo, mas abençoo, contanto que seja para o bem da Sociedade (Congregação)”.
Às 14h00, deixando o Jornal “A Tarde”, que lia, convida as irmãs a rezarem com ele para que a reunião em São Paulo fosse bem-sucedida. Era o pai solícito, preocupado com a congregação e com os filhos!
Às 19h00, instantes depois de rezar caminhando como de costume, o 3º terço, diário, em louvor de Nossa Senhora, o nosso Pai Fundador sentiu-se mal e foi socorrido por suas abnegadas irmãs e levado às pressas ao Pronto Socorro do EMEC, onde, avisado, já o esperava o seu médico cardiologista, Dr. Mário Sérgio Bacellar. Este, vendo que o caso era grave, transportou-o imediatamente para a UTI, envidando todos os esforços para salvá-lo.
Aquele coração generoso que tanto pulsou de amor por Deus e pelos seus semelhantes, não resistiu mais.
Às 20h30 entregou a Deus sua alma eleita, purificada pelo sofrimento e pelo amor.
Suas últimas palavras ao sentir-se mal foi: “Valei-me minha Nossa Senhora!”. Ela a quem ele amou ternamente durante sua peregrinação terrena, certamente o conduziu ao Paraíso.”
A Vida do Pe. Gumercindo como fundador foi plena de sofrimento, mas repleta da graça divina. Deixou-nos seu legado para que pudéssemos levar adiante o seu ideal, seu carisma e com a sua força e vigor certa vez afirmou: “desejo temos de ver um futuro brilhante da Sociedade. Se alguma coisa eu puder fazer ainda por ela, fá-lo-ei. Não assistirei seus destinos de braços cruzados, nem na terra nem no céu.”
Após a morte do Fundador foi realizado o Capítulo Geral de 1992 elegendo aquele que iria sucedê-lo como Diretor Geral da Sociedade Joseleitos de Cristo e, assim, apresentamos o quadro dos seus sucessores até os nossos dias.

1992 à 2003 – Pe. Raimundo Ribeiro Martins, sjc
2003 à 2009 – Pe. José Policarpo da Silva, sjc
2009 à 2017 – Pe. Francisco de Barros Barbosa, sjc
2017 à 2022 – Pe. Júlio César de Mello Almo, sjc

2022  – Pe. Francisco de Barros Barbosa  – Atual Diretor Geral da Sociedade Joseleitos de Cristo.


Fonte:
SANTOS, J. G. PEDAÇOS D’ALMA – MEMÓRIAS, Bahia Artes Gráficas LTDA – Rua Santos Dumont, 93 Feira de Santana BA, ano 1981.
_________. QUARENTA ANOS NO DESERTO. Santana Artes Gráficas LTDA Rua J.J Seabra, 193 –Centro Feira de Santana – BA, 1991.
BARBOSA, F. de Barros. Pe. Gumercindo: Dom Fundacional na Escola de Dom Bosco. Vol. II. Salvador: JM Gráfica e Editora Ltda., 2010.