“A melhor coisa para nós não é o que consideramos melhor, mas o que o Senhor quer de nós”.
Santa Josefina Bakhita
Para compreender a minha história vocacional, faz-se necessário saber que minha família materna e paterna não tem uma vivência de Igreja. Segundo os relatos de minha mãe, quando era criança toda a família participava de novenas e renovações populares nas casas de conhecidos e de algumas missas, mas não possuíam maior vínculo com a Igreja. Já nos relatos de meu pai, conta-se que a família também não tinha vivência da religiosidade, por serem do interior. Contudo, havia uma religiosa na família, Irmã Anália, Freira Carmelita, mas o contato era mínimo.
Meu avô paterno, Antônio, foi um dos responsáveis pela construção da torre na Paróquia de Santa Helena, a qual fui gerado na fé.
Por iniciativa de uma vizinha nossa minha mãe passou a participar das missas dominicais, quando não ia, permitia que ela nos levasse à missa eu e minhas irmãs.
Em 2012 iniciei a caminhada na pré-catequese. Quando estava na catequese, achava interessante todo o conteúdo que as catequistas abordavam. Vendo esse entusiasmo, minha mãe comprou uma Bíblia Infantil, que tive gosto por ler mais de uma vez. Chegou o dia da Primeira Comunhão, durante toda a missa meus olhos se fixaram em uma coroinha específica, ao acompanhar todo o processo que ela fazia no serviço do altar e no zelo que ela tinha pela Eucaristia aquilo me motivou a também ser coroinha. O ponto ápice da Missa que me ardeu o coração, além da comunhão, foi a elevação da Hóstia e do Cálice na Consagração. Após comungar, o desejo de servir me veio com maior força ao coração. Assim que terminou a missa corri para o Padre Paulo e lhe pedi para ser coroinha, ele me encaminhou justamente para a acólita que era a coordenadora. De início, ela aprovou e comunicou os dias de formação, e logo providenciamos tudo o que era preciso. Depois de investido coroinha, passei 6 anos exercendo esta função, durante este tempo atuei também como um dos coordenadores da Infância e Adolescência Missionária (IAM); hora do Angelus; vice coordenador dos coroinhas; aprendi a fazer as ornamentações na Igreja; ajudante da sacristã, e já fazia a Celebração da Palavra na Paróquia.
Como é de se esperar, muita gente me questionava se eu queria ser padre. Incentivado, procurei o seminário da minha Diocese a qual fiz apenas um encontro. O encontro durou 3 dias no Seminário Diocesano Nossa Senhora da Assunção, em Cajazeiras-PB. Durante o vocacional fiz algumas amizades que reencontrei novamente mais tarde no ramo religioso, me refiro aos Religiosos da Sagrada Face. Fui acompanhado por eles durante 2 anos. Mas, algo ainda me deixava inquieto ao perceber que nenhum desses era o meu lugar.
Desde o ano de 2014, o Padre Valderi Tavares, sjc, ao celebrar na Igreja Matriz de Santa Helena, me fazia convites para visitá-lo na Paróquia de Iara, Barro/CE e para participar dos encontros vocacionais da Sociedade Joseleitos de Cristo, mas eu não dei muita atenção ao convite durante anos. Mas, sempre senti o desejo de conhecer o que era esse chamado. No ano de 2020 fui chamado a participar do encontro vocacional em Iara, contudo, foi interferido pela pandemia do COVID-19. Mas no mesmo ano, com as aulas remotas, tomei coragem e fui passar alguns dias com o Padre. Por causa da convivência com o Padre Valderi, mantive o contato participando dos encontros virtuais, sendo acompanhado por 3 anos. Apesar das participações e presença na comunidade paroquial de Iara, minha aproximação na minha Paróquia de origem ainda “falava alto”. Quando fui aprovado para ingressar no ano de 2022, me abateu a aflição e a incerteza. Sendo assim, escolhi passar o ano 2022 em casa com minha família para um melhor discernimento. Ingressei na Sociedade Joseleitos de Cristo no ano de 2023. Atualmente, estou como Irmão Noviço, em nossa Casa Mãe, no Seminário São José em Tucano-BA. Nem todas as dúvidas e incertezas acabaram, pois o que seria da vida sem os questionamentos?
Ir. José Jackson Oliveira, sjc