“O Senhor olhou para a pequenez de sua serva. Doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (cf. Lc 1, 48).
A palavra círio está ligada a cera, matéria da vela que se acende produzindo luz a se espalhar em claridade sobre o que está ao seu redor. O Círio de Nazaré é uma manifestação de amor e devoção a Nossa Senhora que atrai multidões e encanta a todos quantos tomam conhecimento e, sobretudo, participam desse evento de indescritível beleza e grandeza. Porém, para nós, não há dúvida de que tudo se faz para enaltecer Nossa Senhora tem sua origem no fato de ter sido ela escolhida para ser a Mãe de Jesus.
No contexto de sua eleição para essa nobre missão, brota de seus lábios este anúncio: “O Senhor olhou para a pequenez de sua serva. Doravante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (cf. Lc 1, 48). Bem sabemos, então, que o Círio de Nazaré, em que brilha a figura de Maria, é uma explosão e expansão de luz cuja fonte é Jesus Cristo, que diz: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).
Há, portanto, um mistério celeste que envolve fiéis e ardorosos devotos de Nossa Senhora na grandiosa festa do Círio de Nazaré. E não se trata de sua grandeza afetar a centralidade de Jesus, nosso Salvador; nem da soberania de Jesus obscurecer a importância dela para os cristãos, em especial, os católicos. Círio é, pelas mãos da “Mãe de bondade”, ternura divina que arrebata corações; bênção celeste que encoraja irmãos e irmãs num horizonte de esperança; amor que inunda vidas postas ao alcance de inefável claridade que banha multidões.
Feliz Círio!
Pe. Raimundo R. Martins, SJC
Belém, 09/10/2022