“Amai o estado que abraçais (…) então sereis despertadores de vocações”[1] escreve o nosso Fundador, Servo de Deus Pe. José Gumercindo, em uma Circular do ano de 1973 e é como uma síntese dos propósitos do Serviço de Animação Vocacional Joseleito. Um verdadeiro lema que ilumina a reflexão de toda a comunidade de vocacionados/as, que se colocam a caminho como discípulos/missionários.
Testemunho pessoal e capacidade missionária são dois pontos essenciais para despertar vocações. O princípio é sempre o chamado do Senhor que alcança o Joseleito conduzindo-o para um estado de vida e uma missão claramente distinta e necessária na grande seara, a Igreja.
A vida do joseleito é vocacional por natureza. Seja enquanto chamado pelo Senhor da Messe, seja enquanto instrumento para despertar, animar e educar as vocações. As palavras do Servo de Deus Pe. José Gumercindo ressoam como voz autorizada pelo Espírito Santo. Nesse sentido, o consideramos profeta para o nosso tempo, afirmando o quanto ele foi um homem santo que falou profeticamente em nome de Deus, pois foi chamado para ser o inaugurador de um novo carisma, sob o protótipo de São José, a quem ele definiu como “guardador dos tesouros de Deus, de Jesus, de Maria tutor”[2].
Neste âmbito vocacional de chamado e resposta o Pe. Gumercindo apresenta um conselho para os Jovens em sua obra intitulada “Para boi dormir” que é um convite para escutar a voz do Mestre e responder, com generosidade, a este chamado. Iniciando o mês dedicada as vocações, em plena vivência do Ano vocacional na Igreja do Brasil, queremos fazer ressoar este conselho do nosso Fundador que segue:
Conselho: é a voz do Mestre
“Bom Jovem, ao teu coração virgem ainda, nalguma tarde de maio talvez, não é que uma voz mais doce que o mel, tênue como o bafejo da aragem, santa como é santo o céu, sussurrou ao teu ouvido: “meu filho tudo é vaidade, o mundo passa e é fugaz como a sombra. Tudo se quebra na lousa do sepulcro… Vem comigo, que eu te satisfarei os anelos do coração – “Segue-me! E terás um tesouro no céu!”. Não foi mesmo assim? E te envergonhas de m’o dizer? Ouviste-a, caro amigo, e quiseste abandonar o mundo das vaidades, o mundo das mentiras e dos amores fementidos? Não é? La fora, tudo quisestes deixar, até os entes queridos… tudo, para não dizer o nada, e pensastes em ser padre. Que doce vocábulo é esse aos ouvidos de um jovem generoso. Deixar o nada para assegurar o tudo. Deixar o secundário e o acessório, para firmar-se no principal e no necessário.
Ser padre é ser pai de tantas almas. É ser salvador de seus irmãos. Pensa bem no valor desse vocábulo. É claro que ele não pesa como a bolsa do dinheiro. Não tem os perfumes, que aliciam as paixões fáceis. Quero crer que dás o valor certo as coisas.
Acerta, meu jovem, o teu ideal. E se uma voz te disser bem claro lá no fundo do teu ser: “Vem! Segue-me”, não tenhas medo! É a voz do mestre! Segue-a sem vacilar! Sem titubear! E avante sempre com o olhar fixo no ideal sublime”.[3]
[1] SANTOS, J. G. Circular I/73 in Quarenta anos no deserto, Feira de Santana 1991, p. 163, 21.
[2] SOCIEDADE JOSELEITOS DE CRISTO, Devocionário da Sociedade Joseleitos de Cristo, Salvador 2015, p. 93.
[3] SANTOS, J. G., Para boi dormir, Feira de Santana 1980, p. 19-20.