Jubileu de Brilhante da Sociedade Joseleitos de Cristo

Jubileu de Brilhante da Sociedade Joseleitos de Cristo

De acordo com a tradição judaica, o jubileu dizia respeito ao ano da graça do Senhor, um tempo santo propício para parar, descansar, libertar, perdoar, e, acima de tudo, marcava o fim de um ciclo e início de um novo tempo, como pode ser observado em Lv 25, 8-17. O cristianismo assumiu essa compreensão de tempo e, desde o ano 1300, passou a celebrar o ano jubilar, a ser celebrado inicialmente a cada 100 anos, posteriormente a cada 50 anos e, por fim, o tempo foi reduzido para 25 anos. É importante frisar que os cristãos transportaram o sentido do ano jubilar para o plano espiritual, ou seja, é uma especial ocasião para que, por meio do tesouro espiritual da Igreja, os fiéis possam receber a remissão de suas faltas e elevar a Deus a ação de graças pelos grandes feitos que Ele realizou na vida do seu povo.

 Celebrar o ano jubilar em preparação para os 75 anos de fundação da Sociedade Joseleitos de Cristo, é fazer memória das grandes coisas que o Senhor realizou na vida do Padre José Gumercindo Santos, dos seus filhos espirituais e de todos aqueles que são alcançados pelo carisma Joseleito, especialmente os pobres, órfãos, jovens e vocacionados.

Neste tempo santo, é preciso olhar para a figura do nosso Pai Fundador como um homem que deixou um grande legado e um exemplo a ser seguido. O Pe. Gumercindo procurava sempre em sua vida nutrir uma viva esperança e um santo otimismo. Lançou-se em Deus sem reservas, confiou plenamente na providência, insistiu e persistiu no seu ideal. Soube aproveitar todas as oportunidades para que suas obras pudessem se tornar uma realidade na Igreja e no mundo. Sofreu, chorou, sorriu e se alegrou, tudo por amor. Afinal, “é tudo questão de amor. Joseleito deve amar a sua Sociedade, que abraçou livremente. Amar é viver, amar é crescer” (QA, p. 164). Porque muito amou, ouviu da boca do então bispo protetor da Congregação, Dom José Alves Trindade: “Pe. Gumercindo, sua obra é verdadeiramente obra de Deus” (PdA, p. 121). Esta era a confirmação que estava no caminho certo.

Para que Congregação continue deixando sua marca na história e os bons frutos sejam sempre colhidos, o Pe. Gumercindo deixou para os seus seguidores um caminho muito útil e bonito que convida ao equilíbrio da vida. Este caminho é expresso no lema das suas fundações: Ação – Reação – Oração. Diz o Padre Fundador: “nem tanto à terra, nem tanto ao mar. Modus in rebus – Moderação nas coisas” (PdA, p. 137). Em outras palavras, o Joseleito é aquele que evita os extremos e vive sempre buscando um meio termo virtuoso. Sendo assim, deve agir, sair do comodismo, acompanhar o progresso dos tempos, trabalhar tendo como exemplo São José. Porém, a ação não é desordenada, quando tende ao ativismo há a necessidade da reação, reagir contra o ódio, a corrupção, os erros alheios e os próprios, a mentira e a todo tipo de mal presente no mundo. “Reagir até contra a ação” (PdA, p. 155). Sem esquecer da relação com Deus por meio da oração. Jamais cair no extremo de achar que “basta trabalhar. Que o trabalho já é oração. Sendo assim, tanto faz uma coisa como a outra” (PdA, p. 187). A oração nunca deve ser banalizada, mas deve ser o ponto de partida da vida cristã. Portanto, “ação para frente; Reação para trás, que propele para a frente como o êmbolo da máquina. Oleada pela Oração, aquela inação, parada necessária e confortante, que faz recomeçar a Ação, com vigor e com vitória” (PdA, p. 155).

Este meio termo virtuoso representado pelo lema da Família Gumercindiana, serve de bússola entregue pelo fundador para que suas obras se perpetuem na história. No entanto, é importante e necessário fazer uma análise serena das luzes e sombras que nos acompanham, e, dessa forma, reconhecer a fraqueza e o pecado que de uma forma ou de outra pôde ter sido empecilho para a realização de um fecundo trabalho em prol da construção do Reino de Deus. Pelos erros e pecados é preciso implorar o perdão e a graça da conversão do coração.

Por fim, com o coração cheio de júbilo, elevamos ao céu um hino. Bendito seja Deus pela vida do Pe. José Gumercindo, esse grande homem que passou a vida fazendo o bem; bendito seja Deus pela Sociedade Joseleitos de Cristo, que celebra seu ano jubilar; bendito seja Deus pela intercessão da Virgem Senhora das Graças, São José, São João Bosco e os nossos demais santos padroeiros; bendito seja Deus por cada pessoa que vive o carisma Joseleito e ama o estado de vida que abraça livremente; bendito seja Deus pelas labutas e glórias que ele nos concede a cada dia. Bendito seja Deus para sempre!

Ir. Rodrigo Ferreira Nascimento, sjc